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Ser uma artista autodidata hoje

Atualizado: 28 de nov. de 2023

Escapando do jugo das instituições, os artistas autodidatas sempre tiveram que enfrentar a curiosidade maliciosa, a desconfiança e até o desprezo.


Este artigo do blog não pretende definir a noção de autodidaxia na arte, mas reproduzir certos traços característicos baseados na minha experiência.


Pluralidade do perfil autodidata

Segundo certas mentes descontentes, o artista autodidata seria um ser marginal, enigmático e solitário ou um pequeno burguês que passa o domingo reproduzindo pinturas de mestres ou pintando telas ingênuas que seu filho de 5 anos poderia facilmente ter feito em seu lugar.


A história da arte nos mostra claramente que não existe apenas um perfil de artista autodidata. Por exemplo, Vincent Van Gogh (1853 – 1890) beneficiou de uma profunda cultura artística. Tendo se tornado artista aos 27 anos, estava convencido de que sua notoriedade ficaria adiada até depois de sua morte. Paul Gauguin (1848 – 1903), um grande viajante de coração, foi durante toda a sua vida um espírito rebelde em ruptura com a sociedade. Nilo Pirosmani (1862 – 1918) fracassou completamente no que empreendeu antes de se tornar um famoso pintor autodidata, buscando e obtendo sucesso imediato.


Na minha opinião, ser autodidata é acima de tudo um estado de espírito e uma emancipação artística.


Marlene Delaquis dans son atelier en Suisse
Marlene Delaquis em seu ateliê na Suíça

Autodidata artístico – emancipação artística

Livre das limitações dos métodos tradicionais e das interferências institucionais, concedo à minha criatividade liberdade ilimitada, insensível às restrições impostas pelos padrões estabelecidos.


Não procuro uma obra-prima, mas sim a criação artística, traçando o meu próprio caminho.

Minha pintura se parece comigo. Os meus trabalhos abstratos são o verdadeiro reflexo da minha alma e da minha imaginação, permitindo-me transmitir e partilhar emoções únicas, autênticas e não filtradas a cada pincelada.

Despreocupada com os cânones da arte, envolvo-me sem restrições na exploração de novas técnicas em busca de originalidade. Brinco com a magia das cores e mesclo estilos com ousadia para forjar minha própria identidade artística.


Em última análise, ser uma pintora autodidata e artisticamente emancipada me dá total liberdade para me expressar diante de um público com o qual fica mais fácil estabelecer um vínculo de autenticidade.


Marlene Delaquis partage sa passion á l´occasion d´une exposition en Suis
Marlene Delaquis partilha a sua paixão numa exposição na Suíça

Artista autodidata – um estado de espírito


Apesar dos caprichos da vida, o Universo conspira a meu favor e me proporciona a energia e o espaço necessários para expressar minha arte ao ritmo das cores do tempo.


Não faço arte por amor à arte, mas por amor à vida. A vida vivida todos os dias é sem dúvida a melhor escola. Tudo que você precisa fazer é observar ao nosso redor e captar o que brilha dentro de nós.


Partindo do princípio de que nunca se treina melhor do que sozinho, aprendi sozinha, mas nunca sem outros. Através desta autoformação, não procuro saber do que gosto, mas sim descobrir o que me inspira e quem me inspira.

Em troca, gosto de compartilhar minha paixão, minhas emoções e meus projetos com meu público.


Sensibilidade e vulnerabilidade de autodidatas


Ao contrário da crença popular, não creio que os artistas autodidatas sejam mais sensíveis à crítica do que os pintores formados em escolas de Belas Artes, que estão sujeitos a uma pressão constante dos seus professores e das suas instituições.


Em constante busca de legitimidade, o artista autodidata fica, por outro lado, mais vulnerável a críticas destrutivas, uma vez que suas habilidades artísticas não são apoiadas por nenhuma organização.


Neste sentido, a autodidaxia artística continua a ser uma questão de coragem, de deixar falar o coração, a vida interior e a imaginação, sem se preocupar com a classificação artística ou com as exigências do mercado da arte.

Não sou obcecada pelo sucesso. Aspiro ser reconhecido pelo meu espírito livre e pela minha humanidade, hoje ou provavelmente amanhã.



Marlene Delaquis, une autodidacte assumée
Marlene Delaquis, artista autodidata de espírito livre

Assuma sua libertade artistica


Vimos através deste artigo que a criação artística não está reservada a uma elite “educada”.

A autodidaxia nasce de uma relação intensa com o mundo observada no dia a dia. A abordagem do artista autodidata vai muito além do quadro estabelecido. Ele sabe ousar, sem se preocupar com os cânones da arte. Seu inconformismo o leva a inovar constantemente e a pensar fora da caixa.


Ser artista autodidata é assumir a sua liberdade artística sem complexos e sem concessões.



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